Rubem Novaes quer privatizar o Banco do Brasil

Há algum tempo o assunto sobre privatização do Banco do Brasil vem rondando o mercado. No entanto, esta mudança tem dividido opiniões desde quando ela  foi pauta para discussão. Não é novidade que o atual presidente da república tem objetivo de privatizar alguns setores do país.

No entanto, no final de maio, Bolsonaro descartou esta possibilidade, depois da manifestação do ministro Paulo Guedes sobre o desejo de vender a instituição. A questão tem repercutido até hoje refletindo inclusive no cenário da economia brasileira.

Neste mês, o presidente do banco falou abertamente sobre o desejo de tornar a companhia 100% privada.  Explanou de forma crítica os aspectos negativos de ter a participação do governo nacional em suas ações.

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Fonte:(reprodução/internet)

Rubem Novaes quer privatizar o Banco do Brasil. Entenda o debate sobre o assunto e quais as consequências práticas de uma futura venda desta instituição bancária. Saiba quais são as opiniões dos especialistas e como o mercado reage diante da discussão.

Entendendo sobre o assunto

Muitas pessoas acreditam que o Banco do Brasil é uma empresa totalmente privada, assim como outras companhias bancárias como Bradesco, Santander, etc. Entretanto, trata-se de uma instituição financeira com participação da União em suas ações.

Essa composição não é pouco significativa, o governo federal detém exatos 50% da empresa. E a outra metade é privada. O que a torna uma sociedade de economia mista. Caso ocorra uma privatização, ela passará a ser 100% privada, sem intervenção do poder público.

Para Rubem Novaes, atual presidente do banco, privatizar a instituição irá fomentar a livre concorrência entre companhias do mesmo setor. Ele ressaltou que a forma de fazer operações bancárias irá mudar depois desta pandemia.

A preocupação do empresário é como o Banco do Brasil irá se portar frente à atual “normalidade. De acordo com ele, ter interferência do governo na administração pode frear o desempenho para uma modernização dos serviços.

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Pelas informações prestadas pela Câmara dos Deputados, pode-se notar que Rubem exaltou a equipe do BB, porém mostrou-se apreensivo quando o banco é posto em competição no mercado com os concorrentes.

Levantou apontamentos quanto ao novo programa de concessão de crédito para pequenos negócios. De acordo com o presidente da companhia,  o Pronampe é um recurso pouco atrativo para o setor bancário, pois os ganhos para as instituições ainda não está claro.

E mais, qualificou a medida como “demanda dos desesperados”. Deixou explícito que considera a iniciativa difícil de ser aderida. Por fim, afirmou que o programa tornou-se menos arriscado para os bancos, tendo em vista que o prejuízo de inadimplência será arcado 85% pela União.

Reflexo da privatização no mercado

Recentemente, uma reunião governamental vazou nas redes sociais. Além dos vários conteúdos polêmicos do vídeo, teve uma questão observada. Durante o encontro dos ministros e o presidente, Paulo Guedes trouxe à tona o interesse em privatizar o Banco do Brasil.

Poucos dias após a ciência desta questão, o mercado refletiu positivamente aos objetivos do ministro da Economia. As ações da instituição financeira (BBAS3) apresentaram valorização de 10,5%.

A realidade é que a setor financeiro se interessa pela privatização. Prova disso, é que alguns investidores passaram a se interessar mais pelo Brasil após alterações feitas pelo governo federal.

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A página investing.com apresenta um comparação do desempenho da empresa em 2016 até a atual gestão de Rubem Novaes. Há 4 anos atrás,  as ações da companhia foram muito desvalorizadas ficando atrás dos concorrentes Itaú e Bradesco.

De acordo com o site, isso ocorreu devido o baixo Retorno sobre Patrimônio Líquido – ROE, que é o índice que mede o rendimento, isto é, o lucro do banco. A proposta do atual gestor era justamente melhorar esses dados.

Com a administração de Rubem, o ROE cresceu de 12,3 para 17,3 até o ano passado. Resultado este que reduziu a diferença de lucros líquidos entre as demais companhias. No entanto, ainda fica atrás devido às demais possuírem capital 100% privado.

Opinião de especialistas

Conforme apontamentos de economistas e profissionais do mercado financeiro, a privatização é uma medida positiva a ser implementada. No entanto, para alguns a ação de cunho econômico se tornará uma discussão política.

Essa observação foi feita pelo antigo ministro da Fazenda apresentada pelo portal Uol. Segundo ele,  a grande questão está na relação conturbada do presidente Bolsonaro e o poder legislativo. Nas casas do Congresso podem ocorrer discordâncias sobre a iniciativa.

Por que o apoio parlamentar é necessário? Como o Banco do Brasil é uma companhia composta por ações públicas, logo, a proposta de venda precisa passar por processo na Câmara e no Senado. Diante das tensões entre os poderes públicos, a privatização pode não correr.

Dito isso, conclui-se que o Presidente da República e o Congresso nacional precisarão fazer as pazes para que a privatização do Banco do Brasil possa acontecer. Caso não sejam resolvidas as divergências, a venda não passará de um sonho distante para Rubem Novaes e Guedes.