Indústria de carne vegetal deve crescer até US$ 23,2 bilhões, diz Euromonitor

A demanda por alternativas de proteína e carne aumentou e continuará aumentando, entretanto a indústria ainda possui diversos desafios a superar em diferentes partes do mundo, disseram analistas.

O interesse pelo termo “carne vegetal” em pesquisas ao redor do mundo disparou no início de 2019, ainda bem antes do IPO (oferta pública inicial) da Beyond Meat (BYND), de acordo com o Google Trends.

O setor mundial de substitutos de carne já vale US$ 20,7 bilhões, e deve crescer para US$ 23,2 bilhões até 2024, disse a empresa de pesquisa de mercado Euromonitor.

Indústria de carne vegetal deve crescer até US$ 23,2 bilhões, diz Euromonitor
Fonte: (Reprodução/Internet)

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Crescimento do setor se mantém estável

Segundo a diretora da The Good Food Institute Asia Pacific, Elaine Siu, neste momento de instabilidade, construir uma cadeia de valor de baixo risco significa é direcionar o foco para onde as oportunidades estão, e a mudança para carne vegetal se mantém estável. 

Esse crescimento é amplamente estimulado por questões que vão desde o bem-estar dos animais até a maior segurança alimentar e a pandemia da Covid-19. Entretanto, ainda existem obstáculos a serem superados por esse mercado em expansão.

O mercado de proteínas alternativas na Ásia poderia ser limitado por questões de percepção, relatou Siu. Por exemplo, a carne simulada ou vegetariana era anteriormente consumida principalmente por seguidores do budismo na China, disse ela.

A replicação do sabor e da textura da carne nunca foi empurrada além de um nível relativamente básico, segundo ela, acrescentando que esses produtos tradicionais servem a um propósito específico e seu apelo é visto como limitado a alguns grupos.

Carne vegetal sofre pressão de pecuaristas

Para que a carne de base vegetal atinja todo o seu potencial de mercado na Ásia, o setor deve continuar a se libertar de sua associação com as carnes simuladas tradicionais, que devem ser vendidas a um preço baixo e carregam uma bagagem de imagem histórica”, disse Siu.

É possível também que os pecuaristas tentem sabotar o setor de carnes vegetais, principalmente nos Estados Unidos, disse Simon Powell, chefe global de pesquisa temática do banco americano Jefferies (JEF).

A US Cattlemen’s Association entrou com uma petição em 2018 para solicitar uma definição oficial dos termos “beef” e “meat” (ambos significando carne, em inglês), como uma tentativa de deixar as carnes vegetais de fora da descrição.

Os produtores de carne afetados, irão se juntar com seus governos para buscar alterar a rotulagem, de forma a mexer com a maneira que a publicidade ao consumidor é feita, para enfatizar que carne vegetal não é carne, disse Powell.

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Traduzido e adaptado por equipe Folha Capital.

Fonte: CNBC.