EUA não deve apoiar Brasil na escolha de presidente do BID

A relação estreita entre os presidentes Trump e Bolsonaro é notável há um bom tempo. Em diversos momentos os governos apresentaram apoio um ao outro e ,quando comparados, mostraram uma certa similaridade.

Entretanto, recentemente, é apontado um suposto impasse entre os dois países. A pergunta é: será que a relação entre Brasil e EUA está estremecida? Algumas notícias nos levaram a este questionamento, como o pronunciamento do americano sobre a forma de combate ao vírus por parte do líder brasileiro.

Sendo que, por lá, o presidente estadunidense tomava medidas parecidas, como a urgência da reabertura de comércio e retomada das atividades econômicas. Porém, outro episódio que acentuou um suposto desentendimento foi a discussão sobre a presidência do BID.

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Fonte:(reprodução/internet)

EUA não deve apoiar Brasil na escolha de presidente do BID. O governo brasileiro esperava auxílio de Donald Trump para lançar o seu candidato para o alto cargo da instituição. No entanto, parece que a expectativa acabou em frustração.

Relações comerciais estremecidas?

O Brasil tem se tornado um grande parceiro comercial dos americanos no decorrer dos anos. No entanto, o relacionamento ainda está distante quando comparado às outras economias como a chinesa, a qual os Estados Unidos têm uma rixa histórica.

Porém, o governo brasileiro atualmente, representado por Jair Bolsonaro, intensificou a aproximação com o presidente estadunidense. Mas, a mídia tem especulado um suposto abalo nessa amizade.

A primeira brecha para esse questionamento foi a oposição da Câmara de Deputados norte-americana em firmar e ampliar acordos comerciais com o Brasil. Por meio da manifestação dos parlamentares, pode-se concluir as objeções com o governo bolsonarista.

Outro recente pronunciamento a respeito das relações de comércio foi feito pelo representante deste setor nos EUA. Segundo a coluna Economia Uol, durante uma reunião entre deputados americanos, foi perguntado como andam as negociações econômicas com o Brasil.

Como resposta, Robert Lighthizer disse que no momento não existe previsão de acordos de livre comércio com o país sul americano. Os diversos discursos dos políticos que estavam presentes foram de críticas a Jair Bolsonaro.

Por outro lado, Donald Trump ,que raramente fazia apontamentos negativos sobre o governo brasileiro, levantou a questão sobre o combate ineficaz contra o novo vírus aqui no país. Afirmou que se os EUA tivessem adotados as mesmas medidas, o número de mortos seriam ainda maior.

A fala do presidente soou como negativa, aparentando colocar o Brasil como um ruim exemplo a seguir. Em resposta ao colega, Bolsonaro manteve o tom amigável afirmando que os dois são parceiros e que torce pela reeleição presidencial do americano.

Estados Unidos escolhem candidato para o BID

Tudo começou com a expectativa de que Donald Trump apoiasse candidato brasileiro para a presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento. De acordo com fontes do InfoMoney, o ministro Paulo Guedes contatou o governo americano sobre o interesse no cargo.

Conforme notícias midiáticas, Guedes iria indicar Rodrigo Xavier para o alto cargo na instituição. Porém, nenhum acordo foi firmado entre o Tesouro dos Estados Unidos e o Ministério da economia.

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Fonte:(reprodução/internet)

Aparentemente, pegando todos de surpresa, os EUA divulgaram que teriam a sua própria indicação para o posto. A nomeação será de Mauricio Claver-Carone que hoje ocupa posição de sênior no Conselho de Segurança Nacional para Assuntos do Hemisfério Ocidental.

O anúncio foi fora do esperado, tendo em vista que a presidência do BID não é ocupada por norte-americanos há mais de 60 anos. Isto porque historicamente o país tem aberto mão da nomeação, por ser o maior acionista da instituição. Atualmente ela é ocupada pelo colombiano Luis Alberto Moreno.

Há quem diga que a indicação de um americano para a função faz parte da estratégia de Trump de frear a ampliação da China sobre a América Latina. A possibilidade da votação favorecer o governo dos EUA é grande, pois eles obtêm cerca de 30% na totalidade dos votos.

Brasil se pronuncia sobre jogada norte-americana

O Ministério da Economia não se manifestou sobre retirar a candidatura do representante brasileiro, Rodrigo Xavier, para se unir aos Estados Unidos com o intuito de juntar forças contra a esquerda sul americana.

A preocupação reside na possibilidade de nomeação seguida do candidato argentino Alberto Fernández. É válido lembrar que de acordo com o sistema de rotação do BID, a Argentina e o Brasil possuem mais probabilidades de serem eleitos para a função.

Logo, o previsto era um  apoio entre Brasil e Estados Unidos que possuem similaridades de posicionamento político e econômico. O governo norte-americano já deixou claro pelo interesse da não eleição dos representantes mexicanos e argentinos.

Enquanto Guedes não se pronuncia a respeito do assunto, o Ministério das Relações Exteriores o fez. Para Ernesto Araújo, pessoa responsável por este setor, afirma que a indicação de um candidato americano foi bem recebida pelo governo.

O ministro acrescentou que tanto as duas nações possuem valores semelhantes “como a defesa de democracia, a liberdade econômica e o Estado de Direito”. De acordo com Ernesto, o Brasil deseja que o próximo gestor do BID siga esta mesma linha, conforme informações do site VEJA.