Especialistas dão dicas de como guardar dinheiro

Com base em um levantamento expedido pela fintech Grupo H, cerca de 57% dos paulistanos possuem pendências com o Serasa em São Paulo, estas circulam em torno de uma faixa de R$5.000,00. O levantamento também indica que mais da metade dos trabalhadores do segmento privado, possuem pendências financeiras.

Analistas financeiros em entrevista ao portal G1 deram dicas de como começar a poupar em um ano difícil como 2021, onde a economia do país passa por certas turbulências e vive a insegurança do crescimento da inflação e do desemprego. Os especialistas indicam pelo menos três etapas iniciais para começar a se preparar. 

Especialistas dão dicas de como guardar dinheiro
Fonte: (reprodução/internet)

Três etapas iniciais para um orçamento básico

Os analistas informaram ao G1, que os primeiros passos para conseguir iniciar um planejamento financeiro é por em um papel todas as informações encontradas sobre as despesas e ganhos anuais.

  • Fazer a inspeção dos gastos dos últimos três meses, ou de seis a um ano caso consiga ter acesso aos dados de movimentações financeiras passadas;
  • No caso do trabalhador autônomo, realizar o registro das receitas para uma possível média de ganhos;
  • Organizar ganhos e gastos ao longo de um ano.

De acordo com os profissionais, o processo de anotar essas informações, ajuda a vislumbrar o que é de fato necessário e o que é dispensável. Assim, já é possível eliminar vários gastos que muitas vezes acontecem sem necessidade ou por impulsos externos. 

Orçamento ABCD 

“Orçamento ABCD”, batizado por Fábio Gallo, professor de finanças da Fundação Getúlio Vargas FGV. Ajuda a definir gastos prioritários, a forma de organizar auxilia na hora de dispensar o desnecessário. 

  • A, alimentação: refere-se aos suprimentos para a família, eliminando os gastos supérfluos;
  • B, básico: refere-se às contas prioritárias, luz, água, gás, aluguel, condomínio e outros gastos essenciais;
  • C, contornável: refere-se aos itens que trazem conforto à vida mas que podem ser dispensados em casos de urgência;
  • D, desnecessário: gastos supérfluos como mensalidades de academias, assinaturas de programas que não são aproveitados.

Após realizar a listagem do orçamento, o professor de finanças recomenda que se eliminem os gastos da categoria D, em seguida, é preciso analisar os gastos referentes à categoria C para um reajuste, por exemplo, trocar a TV a cabo por uma assinatura de serviço de streaming mais em conta. 

Livre-se das pendências

De acordo com os analistas financeiros, antes de guardar dinheiro é preciso zerar todas as dívidas e pendências. Para poder encerrar os débitos, é possível aproveitar benefícios como o 13º salário, na busca de realizar a quitação. 

O professor Henrique Castro, também da Fundação Getúlio Vargas, indica que o ideal é priorizar aqueles débitos básicos, ou seja, luz, água e aluguel, é preciso fazer o necessário para evitar possíveis cortes. Em seguida, priorizar as pendências que podem ser negociadas e renegociadas com os credores. 

“Estamos saindo de um ano muito difícil, mas o segredo é se organizar. Anote tudo, em um caderno ou aplicativo de celular. O que não é anotado frequentemente é esquecido.” Informou Henrique de Castro da FGV.

Saiba negociar

A negociação das dívidas é um assunto que deixa muitas pessoas com dúvidas sobre como resolver. Muitos acham que devem apertar muito o orçamento mensal para pagar contas mais antigas. No entanto, essa questão pode ser solucionada com alguns ajustes.

A jornalista Nathalia Arcury do canal de finanças Me Poupe, preparou um material em seu site, demonstrando algumas maneiras práticas de fazer isso. Ela destaca alguns pontos como: negociação das dívidas, diminuição de parcelas de financiamentos e técnicas para a economia diária. 

Linhas especiais de crédito

Tendo em vista o que o coordenador do centro de finanças do Insper recomenda, Michael Viriato, no início do ano é comum que surjam linhas de crédito especiais destinadas a atender a demanda desse período. No início do ano costumam aparecer despesas de impostos, seguros e reajustes. 

O especialista ainda informa que é recomendado que haja a troca entre dívidas mais elevadas por aquelas que podem ser mais baratas. Isto é, buscar trocar contas mais caras por débitos mais acessíveis mesmo que os juros sejam mais elevados, mas alerta:

O primeiro passo é entender o que levou a pessoa a ficar endividada e atacar o problema. Senão, o que acaba acontecendo é que uma eterna substituição de uma dívida por outra”. Informa Viriato ao portal G1