Ativos digitais: Bancos privados se preocupam com CBDC’s

A corrida em direção às moedas digitais inspiradas em bitcoins, iniciada pelo Facebook (FB) e pela China, está ganhando força – e os maiores bancos de Wall Street estão começando a buscar alternativas.

No início deste ano, a criação de um dólar digital para ajudar a distribuir fundos de estímulo em todo o país foi sugerida por legisladores dos EUA, mas não chegou à versão final do projeto de lei de estímulo ao coronavírus.

Além dos planos dos bancos centrais de digitalizar moedas, os bancos também estão lutando com os efeitos persistentes da crise financeira de 2008, que foram significativamente exacerbados pela crise do coronavírus.

Ativos digitais: Bancos privados se preocupam com CBDC's
Fonte: (Reprodução/Internet)

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BCs se preparam para digitalizar moedas

Enquanto os planos do Facebook (FB) para sua criptomoeda Libra foram torpedeados por governos e reguladores em todo o mundo, temerosos de que a influência do gigante da mídia social pudesse desestabilizar a política monetária, o Yuan digital da China já está sendo lançado.

Isto acabou forçando o Federal Reserve dos EUA a considerar seriamente a criação de uma moeda americana digital e induzindo consternação em Wall Street de que os bancos possam estar enfrentando uma ameaça existencial.

Pensa-se que um dólar ou euro digital funcionaria exatamente como moedas normais e notas emitidas por bancos centrais, mas existindo inteiramente online, com bancos centrais distribuindo dinheiro por meio de aplicativos e contas online, no lugar das impressões de notas e moedas.

O vice-governador do Banco da Inglaterra, Jon Cunliffe, argumentou que os bancos em todo o mundo terão que se ajustar a um futuro em que as moedas digitais do banco central (CBDC, na sigla em inglês) podem modificar severamente a maneira na qual o dinheiro é armazenado em contas bancárias.

CBDC’s podem diminuir alcance de bancos

Certas implementações de moedas digitais do banco central podem ser entendidas como uma falta de intermediação das atividades do banco comercial, disse Nic Carter, presidente da empresa de dados de mercado de ativos criptográficos Coin Metrics.

CBDCs de varejo, por exemplo, poderiam aumentar maciçamente a proporção de base monetária para m1 (moeda total em circulação). Todo o dinheiro eletrônico com o qual interagimos são passivos de bancos comerciais, e se pudermos obter contas diretamente nos bancos centrais, isso cortará os bancos tradicionais do intermédio ao consumidor.

No mês passado, o presidente da empresa de gestão de ativos digitais CoinShares, Daniel Masters, disse que os CBDCs podem fazer com que os bancos comerciais como os conhecemos deixem de existir, com o financiamento descentralizado acionado por blockchain os substituindo.

Agora, estima-se que quase todos os principais bancos centrais estejam envolvidos na pesquisa do CBDC, com a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, sugerindo que poderia lançar uma versão digital do euro nos próximos dois a quatro anos.

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Traduzido e adaptado por equipe Folha Capital.

Fonte: Forbes.