Air France (AF) e outras aéreas podem impulsionar distribuição de vacinas

As companhias aéreas atingidas pela covid-19 estão se preparando para papéis-chave no lançamento em massa da vacina que promete desbloquear um impulso imediato para o setor.

Grandes desafios aguardam as companhias que lideram o transporte aéreo, bem como as farmacêuticas, empresas de logística, governos e agências internacionais que planejam a implantação em redes afetadas pela pandemia do coronavírus.

O esforço deve, no entanto, ajudar as companhias aéreas envolvidas a reduzir suas perdas com a crise, dizem os especialistas, ao mesmo tempo que traz benefícios adicionais para o setor mais amplo, desde o apoio ao preço e receita de cargas até a restauração de rotas.

Air France (AF) e outras aéreas podem impulsionar distribuição de vacinas
Fonte: (Reprodução/Internet)

Veja mais: Pfizer (PFIZ34) fechou acordo com mais de 30 países para vacina

Logística de distribuição deve ser um desafio, segundo diretora da OMS

De acordo com a diretora de vacinas da Organização Mundial de Saúde, Kate O’Brien, desenvolver vacinas em tempo recorde foi a parte fácil. A entrega dessas vacinas, a confiança nas comunidades, a aceitação das vacinas e a garantia de que as pessoas sejam de fato imunizadas com o número certo de doses é o verdadeiro desafio.

A Grã-Bretanha está prestes a se tornar o primeiro país a começar a administrar a vacina Pfizer (PFE)-BioNTech(BNTX), que requer armazenamento abaixo de 70 graus celsius negativos. A vacina da Moderna (MRNA), armazenada a -20C, está logo atrás.

Na fila para as funções principais de distribuição estão os especialistas em frete e companhias aéreas com grandes armamentos de carga, como a alemã Lufthansa (LHA), a Air France (AF) e a Cathay Pacific (0293) de Hong Kong.

As transportadoras Qatar Airways e Emirates, bem como a Turkish Airlines (THYAO), todas afetadas pelo colapso das viagens, podem alavancar seus vastos centros de conexão. 

Turkish Airlines (THYAO) irá trazer vacinas para o Brasil

A Turkish Airlines (THYAO) começou a enviar a vacina Sinovac da China para o Brasil e, como muitos outros, está aumentando sua capacidade e armazenamento de rede de frio.

Fretagem pode salvar companhias aéreas

Embora os ganhos sejam difíceis de quantificar, disse o chefe comercial da Cathay (0293), Ronald Lam, haverá um impacto positivo diretamente por meio do transporte de vacinas ou pelo aumento na demanda geral de carga.

O frete já é um ponto positivo. Muitas companhias aéreas estão obtendo lucros sem precedentes com cargas em 2020, embora contabilizando perdas recordes em geral. Antes da crise, metade da carga aérea mundial viajava em cerca de 2.000 cargueiros e o restante em jatos de passageiros.

Assim, à medida que bloqueios de voos paralisaram o setor de viagens, as taxas de carga dispararam, ajudando as transportadoras a manter as rotas de passageiros restantes abertas e evitar mais perdas. 

Voar com uma dose para cada humano encheria 8.000 Boeings 747, estima a IATA. Embora uma minoria de vacinas possa não precisar de transporte aéreo, muitas requerem duas injeções por pessoa. Transportadoras que aderem ao transporte aéreo podem esperar um impacto significativo na economia da carga.

Leia também: American Airlines (AALL34) espera queima de caixa acima de US$ 30 milhões

Traduzido e adaptado por equipe Folha Capital.

Fonte: Reuters.